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Qual o papel da auditoria interna na gestão de riscos de fraude?
Todo negócio está sujeito a riscos, que precisam ser corretamente gerenciados para proteger as empresas de uma série de problemas graves. Uma das ameaças mais sérias é a fraude empresarial, que consiste em ações ilegais ou antiéticas para favorecer pessoas ou organizações. A melhor linha de defesa contra esse tipo de irregularidade é a auditoria interna.
Com o ambiente empresarial cada vez mais complexo e regulamentado, o sistema de auditoria interna passou a ser um mecanismo essencial para companhias que estão buscando não apenas a conformidade legal, mas a integridade de suas operações.
Na prática, a auditoria interna é um instrumento para identificar e mitigar potenciais riscos de fraude, contribuindo para a sustentabilidade empresarial. Neste artigo, saiba quais são as melhores práticas em auditoria interna para prevenir as fraudes empresariais.
Auditoria interna: o que é e como evoluiu ao longo do tempo?
A auditoria interna tem uma função essencial no gerenciamento corporativo, mas o papel que esse mecanismo desempenha está em constante evolução.
Inicialmente, sua função se concentrava em assegurar a precisão e a integridade dos relatórios financeiros, além de verificar o cumprimento de políticas e procedimentos internos. Dessa forma, tinha uma abordagem reativa, intervindo apenas em relação às irregularidades constatadas.
Com o aumento da complexidade no ambiente de negócios, a função da auditoria interna ganhou mais relevância. Sua atuação passou a ser mais proativa e estratégica, antecipando riscos potenciais e focando na prevenção de fraudes, em vez de apenas na detecção e correção.
Essa transformação foi marcada por uma maior integração de tecnologias de análise de dados, permitindo uma verificação aprofundada das operações da empresa e dos padrões de transações.
Atualmente, a auditoria interna é um dos pilares na governança corporativa e gestão de riscos. Além de verificar a conformidade e integridade dos dados financeiros, ela se envolve ativamente na identificação de áreas vulneráveis à fraude, avaliando a eficácia dos controles internos e propondo melhorias.
Devido à sua atuação, a auditoria interna é fundamental para os sistemas de gestão e controle das empresas. Por exemplo, esse apoio é indispensável à área de compliance. Essas duas frentes, embora tenham funções específicas, são interdependentes e colaboram para assegurar a integridade e a conformidade das operações empresariais.
Como a auditoria interna identifica e mitiga riscos de fraudes?
A auditoria interna tem se destacado cada vez mais como um dos principais instrumentos de identificação e mitigação dos riscos de fraude. Entenda como a área atua para alcançar esses objetivos.
Identificação de riscos de fraude
O primeiro passo no combate à fraude é a identificação de riscos potenciais. A auditoria interna, com sua visão abrangente das operações da empresa, consegue avaliar se há exposição da empresa a vulnerabilidades que possam ameaçar a integridade das operações.
Para isso, a área fica responsável por fazer análises detalhadas, incluindo transações financeiras, processos operacionais e sistemas de tecnologia da informação.
Auditores internos utilizam técnicas avançadas, como análise de dados e modelagem de riscos, para detectar padrões anormais ou transações suspeitas que indiquem a ocorrência de fraudes.
Além da análise técnica, a auditoria interna avalia a cultura e o ambiente organizacional. Uma cultura que promove altos padrões éticos e uma comunicação aberta reduz significativamente a probabilidade de fraudes.
Auditores internos avaliam frequentemente o ‘tom no topo’, ou seja, a atitude da liderança da empresa em relação à ética e conformidade, pois isso pode influenciar fortemente o comportamento dos funcionários.
Mitigação dos riscos de fraude
Após a identificação dos riscos, a auditoria interna recomenda e implementa controles internos eficazes para reduzir os riscos. Por exemplo, incluir procedimentos de segregação de funções, para evitar que uma única pessoa tenha controle total sobre um processo crítico; ou estabelecer a adoção de novos sistemas de monitoramento e gestão.
A auditoria interna também promove a implementação de políticas antifraude e programas de treinamento para educar os funcionários sobre os riscos de fraude e as maneiras de preveni-la. O processo de conscientização é um dos pilares para criar um ambiente menos propenso às fraudes.
Proatividade e melhorias
Em vez de agir somente após a detecção de fraudes, a auditoria interna trabalha para preveni-las antes que aconteçam. Assim, envolve a revisão contínua e a atualização dos controles internos para lidar com novos riscos emergentes, como aqueles relacionados à cibersegurança e às mudanças nas regulamentações.
Quais as formas mais comuns de fraudes empresariais?
Fraudes empresariais podem assumir várias formas e afetar empresas de todos os tamanhos e setores. Conheça as situações mais comuns:
- fraude de faturamento — ocorre, por exemplo, quando há emissão de faturas falsas para produtos ou serviços que nunca foram entregues ou realizados;
- desvios — um dos tipos mais comuns de fraude, envolve roubo ou apropriação indevida de ativos da empresa, como dinheiro, equipamentos ou inventário;
- fraude contábil — trata-se da manipulação de registros financeiros para inflacionar artificialmente o desempenho da empresa;
- corrupção — envolve práticas como suborno, concessão de vantagens indevidas, retornos financeiros ilícitos e nepotismo. A corrupção pode distorcer processos de licitação, influenciar decisões de compra ou afetar a integridade das operações da empresa;
- fraude em investimentos — envolve a indução de investidores a fazer investimentos com base em informações falsas ou enganosas. Exemplos incluem esquemas de pirâmide, em que os retornos aos investidores iniciais são pagos com o capital de novos investidores;
- crimes cibernéticos — estão relacionados às ocorrências de hacking, phishing, roubo de identidade e outras violações. A fraude cibernética pode resultar em perda de dados importantes, roubo de propriedade intelectual ou danos financeiros diretos;
- lavagem de dinheiro — é o processo em que há uma distorção sobre a origem ilegal do dinheiro, geralmente por meio de uma série complexa de transações financeiras.
Quais as melhores práticas em auditoria interna?
A auditoria interna é uma função crítica nas organizações modernas, desempenhando um papel vital na avaliação e melhoria da eficácia dos processos de governança, gestão de riscos e controles internos. Veja algumas práticas adotadas nessa área:
- independência e objetividade — é importante que os auditores mantenham uma postura independente da gestão, garantindo que seus julgamentos não sejam influenciados;
- tecnologia — a implementação de tecnologias avançadas como análise de dados e automação tem favorecido à área, possibilitando análises mais profundas e abrangentes;
- formação contínua — os auditores internos devem estar em constante aperfeiçoamento, atualizando-se sobre as tendências do setor, novas regulamentações e melhores práticas;
- adaptabilidade — a auditoria interna deve ser capaz de se adaptar rapidamente às mudanças no ambiente de negócios, incluindo novos riscos, regulamentações e tecnologias.
Adotar essas melhores práticas ajuda a garantir que a auditoria interna possa efetivamente contribuir para a saúde e sustentabilidade das organizações, reduzindo riscos de fraudes empresariais e fortalecendo as medidas de controle.
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