Crescimento e Otimização
Veja o que é EBITDA e como fazer o seu cálculo
Você sabe o que é EBITDA? A sigla significa Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation, and Amortization, ou Lucros antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização. Em português, também é conhecido como LAJIDA. Trata-se de um conceito financeiro crucial para empresas de todos os tamanhos.
Neste artigo, vamos desvendar o mistério por trás do EBITDA, explicando seu significado, importância e como calculá-lo de maneira prática. Além disso, mostraremos como a tecnologia pode simplificar esse processo.
Acompanhe o material e aprenda mais conosco!
O que é EBITDA e qual é a sua importância?
Para entender o EBITDA, começaremos desmembrando essa sigla complexa:
- Earnings — significa "lucros". São os ganhos obtidos pela empresa antes de descontar os custos associados ao seu funcionamento;
- Before — o EBITDA foca nos números antes de determinadas deduções;
- Interest — refere-se aos juros pagos ou recebidos pela empresa em empréstimos, ou investimentos.
- Taxes — representa os impostos devidos pela empresa, como o Imposto de Renda;
- Depreciation — refere-se à queda de valor de ativos ao longo do tempo, como maquinaria e equipamentos;
- Amortization — é a alocação do valor gasto na aquisição de ativos intangíveis, como patentes, ao longo do tempo.
Portanto, o EBITDA é a soma dos lucros da empresa antes de subtrair os juros, impostos, depreciação e amortização. A razão pela qual o EBITDA é tão importante é que ele oferece uma visão objetiva da capacidade de uma companhia de gerar lucros operacionais, excluindo fatores que não estão relacionados de maneira direta à operação principal do negócio.
Por exemplo: se uma empresa estiver pagando juros elevados devido a empréstimos, o EBITDA ajudará a mostrar quanto ela está ganhando antes de considerar esse custo financeiro. Isso é muito útil para comparar o desempenho operacional entre companhias, independentemente de sua estrutura de capital.
Uma curiosidade é que não existe um valor ideal de EBITDA. Ao menos, não um número que seja universal para todos os negócios. Isso varia de acordo com cada setor e as características específicas de cada empreendimento.
De acordo com uma matéria da revista Exame, setores de capital intensivo, como a manufatura, costumam ter um EBITDA mais baixo. Já a área de tecnologia costuma trabalhar com margens mais altas. Mesmo separando por ramos diferentes, pode haver diferenças significativas entre cada organização.
Qual a diferença entre EBIT e EBITDA?
O EBIT é um indicador muito confundido com o EBITDA — e não só pelas siglas parecidas. EBIT significa Earnings Before Interest and Taxes, em inglês. Já em nossa língua, o termo pode ser descrito como “lucro antes dos juros e tributos”.
E quais são as diferenças entre ambos? Enquanto o EBTIDA exclui os efeitos causados pela amortização e depreciação da companhia no cálculo, o EBIT inclui ambos.
Desse modo, o nome faz jus ao objetivo: ele mensura os lucros obtidos antes dos juros e dos impostos, apenas. Podemos resumir essas diferenças em alguns termos-chave:
- EBITDA — lucro conquistado antes da incidência de juros, depreciação, impostos e amortização;
- EBIT— lucro conquistado antes do cálculo dos juros e dos impostos, apenas.
Nesse sentido, a fórmula de calco do EBIT também é similar ao do EBTIDA. Para chegar ao valor, basta que você some ao resultado líquido da empresa, em um determinado período, o valor dos juros e dos impostos. Resumindo, a fórmula fica assim:
EBIT = Resultado líquido do período + Juros + Impostos
Entender essa diferença entre as duas métricas é crucial não apenas para gestores e CFOs (Chief Financial Officers, os líderes de estratégias financeiras de empresas) mas também para investidores.
Enquanto o EBTIDA se concentra em refletir o potencial de geração de caixa de uma determinada companhia ou atividade, o EBIT é o melhor indicador do lucro contábil da operação — considerando apenas as atividades-fim de um negócio, por exemplo.
Por que o EBITDA é um bom indicador?
Em geral, o EBITDA é utilizado para avaliar a situação financeira de uma determinada empresa, já que a métrica ajuda os gestores a entenderem as variáveis do fluxo de caixa daquele negócio. Além disso, esse indicador é essencial para qualquer pessoa que queira investir na bolsa de valores brasileira.
Isso porque bons investidores costumam associar a escolha do seu portfólio de ações a empresas estáveis, bem administradas financeiramente. Esse é o motivo que explica o porquê de essa métrica ser útil para pessoas diferentes.
Como o EBITDA é um indicador que pode ser lido na Demonstração de Resultado do Exercício da empresa, um dos documentos financeiros mais abrangentes de qualquer organização, essa métrica auxiliará o gestor a ter uma visão mais ampla das operações.
Desse modo, o indicador mostrará a geração de receita operacional — isto é, o caixa que a empresa consegue fazer antes de uma série de descontos. Esses números são relevantes para buscar parceiros de negócio e investimentos na empresa, por exemplo.
Quando devo calcular o EBITDA?
Notando a importância desse cálculo para a saúde financeira da empresa, podemos perceber como o EBITDA pode ser calculado com frequência, certo? Nesse sentido, separamos algumas das principais situações que esse cálculo deve estar presente:
- avaliação de desempenho empresarial — as empresas usam o EBITDA para avaliar o desempenho ao longo do tempo e em comparação com seus concorrentes;
- tomada de decisão de investimento — investidores e analistas usam o EBITDA para avaliar a saúde financeira de uma empresa antes de decidir investir nela;
- negociações de fusões e aquisições — o EBITDA desempenha um papel importante na determinação do valor de mercado de uma empresa durante negociações de fusões e aquisições;
- monitoramento interno — as próprias empresas usam o EBITDA como uma métrica interna para monitorar seu desempenho operacional.
Onde encontrar o EBTIDA?
Em primeiro lugar, é importante esclarecer que a divulgação desse indicador não é obrigatória — nem por lei e nem pelas regras pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Contudo, como o EBTIDA é uma métrica relevante para investidores e outros profissionais do setor financeiro, é comum que as próprias empresas o calculem de maneira voluntária.
Além disso, as organizações ainda podem publicar periodicamente os números do indicador em seus documentos associados às demonstrações financeiras. Por isso, é comum se deparar com ele em uma Demonstração de Resultado de Exercício.
Também é possível encontrar o EBITDA exposto em press releases, aqueles documentos divulgados para a imprensa, que acompanham os balanços financeiros do negócio. Desse modo, com um texto adicional será mais fácil para os leitores entenderem os valores e números das demonstrações financeiras, além de contextos que indicam o que levou cada organização a registrar esses resultados.
Os investidores, acionistas e analistas de ações também costumam calcular o EBITDA das empresas em que eles aplicam. Os analistas são os que mais incluem essa informação na recomendação que enviam a investidores em potencial.
Como calcular o EBITDA?
Na prática, calcular EBITDA pode ser bastante simples ao seguir a fórmula correta:
EBITDA = Lucro Operacional + Depreciação + Amortização
Para melhor entendimento, vale a pena conferir a explicação de cada um dos componentes na fórmula. Veja nos próximos tópicos!
Lucro Operacional
Este é o lucro gerado pelas atividades principais da empresa, ou seja, suas operações diárias. Para encontrá-lo, subtraímos os custos operacionais totais da receita total da empresa.
Depreciação
É a desvalorização de ativos tangíveis, como máquinas e edifícios, ao longo do tempo. A depreciação é uma despesa não-caixa, pois não envolve uma saída real de dinheiro.
Amortização
Representa a alocação gradual do valor gasto na aquisição de ativos intangíveis, como patentes ou direitos autorais. Assim como a depreciação, a amortização é uma despesa não-caixa.
Exemplo prático de cálculo do EBITDA
Suponhamos que uma empresa fictícia, chamada "Empresa XYZ", tenha os seguintes números em seu último balanço:
- Receita Total: R$ 2.000.000
- Custos Operacionais: R$ 1.200.000
- Depreciação: R$ 100.000
- Amortização: R$ 50.000
Para calcular o EBITDA da Empresa XYZ, usamos a fórmula mencionada anteriormente:
EBITDA = Lucro Operacional + Depreciação + Amortização
Primeiro, calculamos o Lucro Operacional:
Lucro Operacional = Receita Total − Custos Operacionais
Lucro Operacional = R$ 2.000.000 - R$ 1.200.000 = R$ 800.000
Agora, podemos calcular o EBITDA:
EBITDA = Lucro Operacional + Depreciação + Amortização
EBITDA = R$ 800.000 + R$ 100.000 + R$ 50.000 = R$ 950.000
Portanto, o EBITDA da Empresa XYZ é de R$ 950.000.
O exemplo apresentado demonstra como o EBITDA pode ser uma métrica útil para avaliar o desempenho operacional de uma empresa, uma vez que nos permite ver seus ganhos antes de considerar os efeitos da depreciação e amortização.
Como utilizar o EBITDA?
Além de todas as aplicações do indicador que citamos até aqui, o EBTIDA é interessante para que empresas do mesmo setor avaliem umas as outras. Afinal, será possível comparar a eficiência em relação aos concorrentes de uma mesma demanda no mercado.
Outro detalhe interessante é que o EBITDA é um indicador considerado mais "limpo" para observadores externos, uma vez que ele retira da conta as distorções nos números causados por financiamentos, depreciações e outros fatores que não estão diretamente associados à empresa em questão.
De fato, o EBITDA esclarece os valores exatos da receita operacional da empresa, uma vez que fatores como juros e descontos podem esconder o quanto ela gera de valor. Esse dado é essencial para investidores e parceiros de negócio.
Um exemplo disso é aquela situação em que quando uma grande empresa passa por um momento complicado, com muitas despesas associadas a juros e dívidas. Quando se olha de maneira superficial para ela, é possível ter a impressão de estar quebrada. Contudo, a situação pode ser apenas temporária.
Nesse sentido, pode ser que essa empresa apresente resultados considerados insatisfatórios em uma análise rasa, sem considerar o potencial que ela tem para melhorar posteriormente com a quitação das suas dívidas. Aí, suas ações são valorizadas no mercado, atraindo investidores e clientes.
Dessa forma, sem a análise do EBITDA de uma empresa, uma avaliação superficial dos seus resultados financeiros pode fazer parecer que os lucros conquistados por ela são muito reduzidos. O mesmo pode ocorrer em relação à depreciação, amortização e impostos. Se essas despesas forem de curto prazo, ainda há tempo para essa companhia melhorar suas contas e se tornar um investimento certeiro, que distribuirá muitos dividendos no futuro.
No entanto, é importante que as ações de um investidor ou de um gestor que queira aplicar seu dinheiro em outra empresa ou de qualquer outra pessoa, não sejam medidas apenas pelo EBITDA. Olhar apenas um indicador de maneira isolada pode gerar distorções. Nesse contexto, métricas como o EBIT ajudam bastante.
Como a tecnologia se relaciona com o cálculo do EBITDA?
Com os avanços tecnológicos, calcular o EBITDA e acompanhar a métrica tornou-se mais simples e eficiente. A seguir, comentaremos sobre algumas das maneiras pelas quais a tecnologia pode auxiliar nesse processo. Acompanhe e descubra como facilitar o processo!
Software de contabilidade e finanças
Essas ferramentas são projetadas para automatizar o processo, eliminando a necessidade de cálculos manuais que podem ser propensos a erros. Ao utilizar software especializado, as empresas podem inserir com facilidade os números financeiros relevantes, como receita, custos operacionais, depreciação e amortização, e obter de maneira instantânea o valor do EBITDA.
Integração de dados
Muitas vezes, as informações financeiras necessárias para o cálculo estão armazenadas em várias fontes, como sistemas de contabilidade, folha de pagamento e gestão de ativos.
Com a integração de dados, esses sistemas podem ser conectados de maneira harmoniosa, permitindo que os dados sejam reunidos de maneira automática. Isso simplifica o processo de acesso às informações necessárias para o cálculo do EBITDA, reduzindo a probabilidade de erros causados por entradas manuais.
Análise de Big Data
Ao reunir e analisar grandes volumes de dados financeiros, as empresas podem identificar tendências e padrões que podem não visíveis de imediato. Isso é muito útil para entender as variáveis que afetam o desempenho operacional e o EBITDA.
Por exemplo, a análise de big data pode revelar sazonalidades nas receitas ou custos operacionais, o que permite ajustar estratégias empresariais conforme as tendências identificadas.
Dashboards e Relatórios Personalizados
As ferramentas de software modernas conseguem criar dashboards e relatórios personalizados que tornam o acompanhamento do EBITDA mais intuitivo e visual. Os dashboards permitem que os gestores e analistas vejam de maneira instantânea o desempenho atual desse indicador, além de outras métricas financeiras relevantes.
Armazenamento em nuvem
O armazenamento em nuvem oferece uma solução conveniente para acessar dados financeiros de qualquer lugar e em tempo real. Isso é muito importante para o acompanhamento do EBITDA, por permitir que os profissionais acessem informações atualizadas a qualquer momento. Além disso, o armazenamento em nuvem é seguro e escalável, o que significa que as empresas podem manter seus dados financeiros protegidos e facilmente expansíveis à medida que crescem.
Conforme mostramos neste artigo, o cálculo do EBITDA é uma métrica financeira valiosa para avaliar o desempenho operacional de uma empresa. Ele apoia a compreensão da capacidade de uma empresa de gerar lucros a partir de suas operações principais, excluindo fatores não operacionais. Nesse sentido, em um mundo onde informações financeiras precisas e oportunas são cruciais, entender o que é EBITDA e saber como calculá-lo é uma habilidade essencial para qualquer pessoa envolvida no mundo dos negócios.
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