Crescimento e Otimização
O que é e como avaliar o grau de alavancagem operacional?
A área de finanças corporativas conta com diversas métricas e índices que podem ser calculados para avaliar a realidade orçamentária de um empreendimento. Um deles, o grau de alavancagem operacional, merece especial atenção.
Isso porque suas variações têm significados diversos, exigindo uma análise cuidadosa para direcionar corretamente ações e decisões de negócio referentes aos recursos monetários. Portanto, é fundamental compreender tudo o que envolve.
Para um melhor entendimento sobre esse assunto, neste artigo vamos abordar seu conceito, como avaliar e a importância em realizar esse tipo de análise. Confira!
O que é grau de alavancagem operacional?
Define-se como grau de alavancagem operacional a métrica que expressa a proporção entre a participação de custos fixos conforme o volume de produção ou vendas se altera, ampliando ou diminuindo porcentagem de lucro.
Trata-se de um indicador, cujo objetivo é entender qual a distância para o ponto de equilíbrio — quanto é preciso fabricar ou comercializar para cobrir os custos totais, uma vez que os custos fixos não se alteram, independentemente da quantidade produzida ou vendida.
A lógica por trás disso é simples: se houver elevação ou redução nas quantidades comercializadas, ou fabricadas, esse valor segue sendo o mesmo. Porém, sua participação no custo total por unidade se altera, a medida que há mais ou menos quantidade para sua diluição.
Portanto, a tendência geral é que se há um crescimento nessa distribuição, a lucratividade tende a se expandir. Afinal, quanto maior o número de itens, menor será a participação dos gastos fixos por unidade.
Com isso, fica fácil perceber que existe uma ligação entre margem de contribuição e alavancagem. Ainda, é possível visualizar que a produtividade também se eleva a partir desse cenário de expansão, já que se faz mais com menos.
No entanto, existem situações em que o contrário ocorre. Pois, a capacidade instalada máxima representa um limite que vai até atingir 100% das possibilidades que a estrutura de custeio permite. Logo, os resultados nem sempre seguem essa linha de raciocínio.
Como avaliar o grau de alavancagem operacional?
Avaliar o grau de alavancagem operacional envolve entender a alavancagem de custos fixos. Para tanto, calcular, compreender como analisar e quais melhorias propor diante de seus resultados são etapas fundamentais. Veja como funciona cada uma a seguir!
Cálculo
O grau de alavancagem operacional pode ser obtido de duas formas. Na mais popular, é primeiro necessário estabelecer as variações entre as vendas em dois momentos distintos e dos lucros nesses mesmos períodos para depois aplicar a fórmula:
Grau de Alavancagem Operacional = Variação % no Lucro Operacional /
Variação % nas Vendas
Para explicar, vamos usar o seguinte cenário: no ponto temporal inicial, o faturamento foi de R$ 40.000 com uma lucratividade de R$ 8.000. Já no final, esses fatores passaram a R$ 55.000 e R$ 12.000 respectivamente.
Assim, antes de tudo, faz-se a aferição dos percentuais de variação. Ou seja, de R$ 8.000 para R$ 12.000 no caso do lucro e de R$ 40.000 para R$ 55.000 nas vendas. Na prática, os cálculos utilizados ficam:
- Variação % no Lucro Operacional = (R$ 12.000 - R$ 8.000) / R$ 12.000 × 100 resultado em 33%;
- Variação % nas Vendas= (R$ 55.000 - R$ 40.000) / R$ 55.000 × 100 cuja reposta é 27%.
Por fim, basta dividir 33% por 27% para se obter 1,2, nesse exemplo. Ainda, vale destacar que há situações nas quais a receita bruta cresce, mas o lucro diminui. Por isso, é fundamental tomar cuidado na hora de fazer as contas para não misturar os fatores.
Outra opção propõe utilizar uma fórmula diferente. Isto é, se baseia em:
Grau de Alavancagem Operacional = (Receita Líquida – Custos Variáveis) /
(Receita Líquida – Custos Variáveis – Custos Fixos)
Diante dessa base, é preciso ter os dados em mãos para descobrir o resultado. Para exemplificar, que tal imaginar uma empresa na qual a receita é R$ 35.000, os custos fixos são R$ 9.500 e os variáveis R$ 7.000. Esse conjunto gera 1,5 como resposta.
Análise
Agora, que as formas de calcular estão claras, algumas perguntas ficam: o que esses resultados significam? Como podem ser interpretados? Que tal descobrir como fazer sua análise?
Para começar, um aspecto basilar é saber que quanto mais próxima de 1 estiver a alavancagem, mais equilibrados estão os dois fatores que a compõem. Entretanto, o passo mais importante para analisá-la, demanda enquadrar os dados em um dos quatro cenários possíveis:
- se a receita bruta cresce e o lucro cai o grau é negativo;
- quando há prejuízo e os custos fixos são o dobro da margem de contribuição, está presente o quadro chamado de equilíbrio;
- em uma situação igual a anterior, mas com valores de custeio mais que duas vezes a margem, classifica-se como modesto;
- se a variação das vendas representam uma mudança no mesmo sentido — aumento ou diminuição — e em proporção maior da lucratividade, tem-se um resultado positivo.
Proposta de melhorias
Ainda que os resultados indiquem algum dos cenários ruins possíveis, a gestão tem providências que podem ser tomadas para revertê-los, abrangendo a implementação de melhorias.
Por norma, são duas as ações indicadas. A primeira implica em ajustar a precificação e reduzir custos, ampliando a margem. A segunda requer aumentar as vendas para diluir os gastos fixos. Quando usar cada uma, depende da situação do grau de alavancagem operacional.
Qual é a importância de avaliar esse indicador?
Apesar de ser uma análise complexa, realizá-la trata-se de uma providência essencial à saúde financeira do negócio. Afinal, a alavancagem empresarial está diretamente ligada à capacidade de uma organização se manter a longo prazo.
Isso porque, os custos fixos não cessam, mesmo que não ocorra a produção ou a venda de mercadorias. No entanto, sem receita, realizar os pagamentos dessas obrigações tende a se tornar cada vez mais difícil.
Portanto, avaliar esse indicador e, como efeito, tomar providências para melhorá-lo, permite que a gestão do empreendimento garanta quitar os compromissos em dia, mantendo a reputação junto ao mercado enquanto assegura a continuidade do funcionamento.
Ademais, essa é uma medida para entender se ações da administração das finanças — como precificação, margem, controle do custeio etc. — estão sendo aplicadas corretamente, já que afetam essa métrica.
Mais do que saber o que é, bem como os objetivos e o funcionamento do grau de alavancagem operacional, com esse conteúdo você descobriu desde algumas formas de calculá-lo até como analisar seus resultados. Esperamos que as informações trazidas neste artigo, possam, de fato, contribuir para eventuais necessidades de melhorias na empresa.
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