Fraude e Conformidade
Fraude financeira: 7 tipos mais comuns em empresas e como evitar
A fraude financeira é um problema grave que pode afetar de forma negativa a saúde das finanças e a reputação das empresas. Por isso, é essencial compreender o que ela é e adotar as medidas adequadas para evitá-la.
Você já deve saber que uma fraude financeira se refere a qualquer ato ilegal ou enganoso que ocorra no contexto das operações financeiras de uma empresa. Isso tem por objetivo obter ganhos ilícitos.
Considerando a importância do assunto, neste artigo, exploraremos os tipos mais comuns de fraudes em empresas e discutiremos estratégias para preveni-las. Continue a leitura para ampliar os seus conhecimentos!
O que é uma fraude financeira?
Você viu na introdução que a fraude financeira é o ato ilegal praticado com o objetivo de obter algum tipo de ganho. Assim, trata-se de um ato consciente realizado pela vontade do próprio indivíduo de praticar aquela ação.
Por isso, as fraudes consistem em dolo, uma vez que existe a intenção maliciosa de obter algum tipo de vantagem por meios ilícitos. Ou há intenção maliciosa de causar algum tipo de prejuízo para quem está sendo vítima daquela fraude.
O que se caracteriza como fraude financeira?
Um dos principais aspectos que caracterizam a fraude financeira é a presença do dolo, conforme citamos. Assim, trata-se de uma prática intencional e deliberada, cometida com o objetivo de ludibriar, assim como enganar a outra parte envolvida em atrações ou atividades financeiras.
Nesses atos dolosos, informações importantes são manipuladas conforme a necessidade do fraudador. Portanto, pode ocorrer, por exemplo, a ocultação de algum dado ou informação importante, a falsificação de documentos, a distorção da realidade financeira e assim por diante.
Na fraude, a pessoa que comete o ato precisa obter algum tipo de vantagem indevida. Então, para que ela se caracterize como tal precisa existir, por exemplo, a obtenção de crédito, o desvio de recursos financeiros ou investimentos fraudulentos que geram lucro.
É por isso que a fraude financeira é uma prática ilegal, que infringe tanto princípios jurídicos quanto éticos. Logo, o fraudador está sujeito a penalidades e sanções previstas por lei, e precisa reparar os danos que causou à vítima, seja ela uma pessoa física ou uma empresa.
Qual a diferença entre golpe e fraude?
Tanto as fraudes quanto os golpes podem ser praticados com o intuito de cometer crimes financeiros. Mas existe uma diferença entre essas duas práticas com relação ao modo como são arquitetadas.
Nas fraudes, existe o roubo de dados ou a manipulação de informações e de situações para que o fraudador consiga obter algum tipo de vantagem. A vítima não tem conhecimento de que as suas informações foram utilizadas sem autorização.
Já o golpe tem por objetivo fazer com que a vítima em potencial forneça essas informações por vontade própria. Acontece, por exemplo, quando alguém recebe uma mensagem de e-mail, ou até mesmo via aplicativo, com um link que precisa ser acessado.
Também quando ocorre uma ligação telefônica se fazendo passar por uma agência bancária para que a pessoa forneça um tipo de dado ou suas senhas. Em resumo, o indivíduo é manipulado pelo golpista de alguma forma para que ele tome a decisão de realizar uma determinada ação que favorecerá o ato criminoso.
Quais são os 7 principais tipos de fraudes financeiras?
As consequências da fraude financeira podem ser devastadoras, levando a perdas significativas nas finanças, danos à reputação da empresa e até mesmo problemas legais. Nesse sentido, é fundamental que as empresas estejam cientes dos principais tipos de fraudes que existem, para compreender as ações de segurança. A seguir, confira quais são!
1. Conflito de interesses
Essa situação ocorre quando um colaborador se encontra em uma situação em que seus interesses pessoais conflitam com os da empresa para a qual trabalha. Isso pode levar a decisões enviesadas, tomadas em benefício próprio, prejudicando os objetivos e os recursos da empresa.
Para evitar esse tipo de problema, é fundamental estabelecer políticas claras que orientem os funcionários sobre o que constitui um conflito e quais ações devem ser tomadas como prevenção. Essas políticas devem ser comunicadas de maneira eficaz, garantindo que todos os colaboradores entendam suas responsabilidades e os possíveis riscos associados aos conflitos de interesses.
2. Desvios financeiros
Os desvios financeiros são um tipo comum de fraude em empresas. Nesse caso, acontece a manipulação dos registros contábeis e a apropriação indevida de recursos da organização para benefício pessoal. Essa prática pode envolver a falsificação de transações, o desvio de pagamentos ou a apropriação indevida de ativos.
Para prevenir esse tipo de fraude contábil, é essencial implementar controles internos robustos. Eles visam estabelecer salvaguardas e mecanismos que dificultem a ocorrência de fraudes e aumentem a detecção precoce, caso elas ocorram.
3. Fraude direta
É um tipo de fraude em que um indivíduo falsífica documentos ou informações com o objetivo de obter benefícios financeiros ilícitos. Essa prática pode envolver a criação de documentos falsos, manipulação de registros ou a apresentação de informações enganosas para obter vantagens financeiras indevidas.
Para prevenir e detectar a fraude direta, é essencial adotar políticas de verificação de documentos e informações. Essas políticas devem estabelecer diretrizes claras para a autenticação e validação de documentos e informações utilizados nas transações comerciais.
Além disso, é importante implementar controles internos eficazes para garantir a integridade dos registros e a veracidade das informações financeiras. Entre os passos importantes, podemos considerar o monitoramento de transações, a segregação de funções e o investimento em treinamentos e conscientização interna.
4. Corrupção
A corrupção é um problema sério que afeta empresas e sociedades em sua totalidade. Ela envolve a prática de suborno, nepotismo, tráfico de influência e obtenção de favores ilegais em troca de benefícios financeiros pessoais. A corrupção mina a justiça, prejudica a economia e compromete a confiança nas instituições.
Para evitá-la, é fundamental estabelecer um código de conduta ética. Também, oferecer treinamentos adequados para os colaboradores e promover uma cultura organizacional baseada na integridade.
5. Evasão fiscal
A evasão fiscal é uma prática ilegal que envolve a tentativa de evitar o pagamento dos impostos devidos às autoridades fiscais. Essa fraude empresarial prejudica não apenas as finanças públicas, mas também cria uma concorrência desleal no mercado e compromete a integridade das empresas envolvidas.
Para evitar problemas relacionados à evasão fiscal, as organizações devem adotar uma postura de conformidade com as leis fiscais e implementar práticas adequadas de gestão tributária. Aqui, vale reforçar a importância da precisão dos registros contábeis e da contratação de bons profissionais da área.
6. Furto e apropriação indébita
São tipos de fraudes financeiras que envolvem o uso não autorizado de ativos ou recursos da empresa para benefício pessoal. Essas práticas podem incluir o roubo de dinheiro, equipamentos, produtos ou qualquer outro tipo de propriedade da empresa, bem como a utilização indevida de fundos ou recursos para fins pessoais.
Para prevenir o furto e a apropriação indébita, as empresas devem implementar medidas de segurança e controles internos adequados. Canais de denúncias anônimas, controles de acesso restrito, monitoramento adequado e auditorias internas são medidas que podem ajudar a prevenir essas fraudes.
7. Sabotagem
A sabotagem é um tipo de fraude financeira em que um funcionário danifica intencionalmente a propriedade da empresa, prejudica suas operações ou compromete sua segurança. Essa ação pode resultar em perdas financeiras, interrupção das atividades comerciais e danos à reputação da organização.
Uma série de medidas precisa ser adotada para evitar a sabotagem. A primeira delas é a contratação de profissionais com boas referências e ter a certeza de que eles são capacitados e estão devidamente treinados para exercer a função para a qual foram destinados.
Além disso, é essencial que a organização tenha políticas muito claras em relação à segurança e aos seus próprios processos. Ela mesma precisa se resguardar para assegurar que todos os colaboradores estejam cientes de como tudo funciona, a fim de não dar margens para as sabotagens acontecerem.
Quais são as fraudes financeiras mais comuns?
Existem tipos diferentes de fraudes financeiras porque elas podem ser classificadas conforme o meio utilizado para sua aplicação e os métodos empregados pelos criminosos. Uma das mais comuns, por exemplo, é a fraude bancária.
Ela envolve os atos criminosos cometidos com cartões de crédito, como roubo de PINs, a falsificação de cheques e as fraudes de transferências eletrônicas. Ainda em relação ao cartão de crédito, a fraude financeira pode ser cometida com a clonagem dele.
Outra prática bastante comum são as fraudes de seguro para falsificar os sinistros e simular eventos na tentativa de acionar a seguradora a fim de obter vantagens ou prêmios indevidos. Também é recorrente a fraude de identidade, quando as informações de outra pessoa são utilizadas de maneira ilegal para ter acesso à linha de crédito, contas bancárias ou cometer fraude de investimento.
Além dessas, existem ainda as fraudes imobiliárias, as amigáveis e até mesmo a autofraude. Nesse caso, a pessoa obtém ganhos ilícitos utilizando seus próprios dados e informações e depois se faz passar por vítima.
Quais são as melhores estratégias para evitar essas fraudes?
Para evitar sabotagens, furtos, desvios, corrupção e afins, é de extrema importância adotar medidas de segurança adequadas e promover uma cultura organizacional baseada no respeito e na cooperação. Selecionamos algumas sugestões de segurança para a sua empresa. Acompanhe!
Cultura de respeito e cooperação
Promova uma cultura organizacional que valorize o respeito mútuo e a cooperação entre os funcionários. Isso envolve a criação de um ambiente de trabalho positivo, onde as preocupações e conflitos sejam abordados de maneira construtiva e as diferenças sejam respeitadas.
Comunicação aberta
Estabeleça canais de comunicação abertos e transparentes para que os funcionários possam expressar suas preocupações, relatar problemas ou solicitar ajuda. Isso pode incluir a disponibilização de um sistema de denúncias confidencial e acessível, onde os colaboradores possam relatar qualquer comportamento suspeito ou preocupante.
Monitoramento e vigilância
Implemente sistemas de monitoramento e vigilância para detectar qualquer atividade suspeita ou comportamento incomum. Isso pode envolver a análise de registros de entrada e saída, a supervisão de câmeras, a realização de rondas de segurança e a adoção de tecnologias avançadas de detecção de ameaças.
Como denunciar fraudes financeiras?
O ideal seria que a própria organização tivesse uma política bem estabelecida em relação ao comportamento e à postura esperada dos colaboradores. Dessa forma, estariam definidos, ainda, os atos considerados irregulares ou até mesmo criminosos e passíveis de punição.
Ao mesmo tempo, a empresa precisaria ter um canal para que essas denúncias pudessem ser feitas de uma forma confidencial, conforme sugerimos no outro tópico. Assim, os próprios colaboradores poderiam acessar esse canal para relatar a fraude ou a suspeita dela.
Por isso, é importante procurar saber se na empresa existe um processo que precisa ser seguido em situações como essa, para descobrir quem deve ser acionado em caso de suspeita de fraude empresarial.
Contudo, quando os atos são mais complexos, graves ou extensos, as autoridades também podem ser procuradas. Exemplo disso, é a Polícia Judiciária, que investiga os crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro.
No caso das pessoas físicas que sofrem algum tipo de fraude, também deve ser aberto um boletim de ocorrência para haver o registro oficial do que aconteceu. Isso pode evitar possíveis problemas futuros em função do vazamento dos seus dados e informações.
Quando há o envolvimento de instituições financeiras ou bancárias, é indispensável que elas também sejam comunicadas. Assim, em algumas situações, o próprio sistema de segurança do banco pode auxiliar a minimizar os prejuízos daquela fraude.
Os profissionais ainda podem instruir sobre aquilo que a pessoa ou a empresa deve fazer a seguir. Inclusive com o intuito de aplicar as sanções legais necessárias para proteger os seus próprios interesses.
Como a tecnologia ajuda a prevenir fraudes financeiras?
Digitalizar os processos e as informações do setor contábil e financeiro das empresas é um bom começo. Dessa forma, fica mais fácil monitorar aquilo que acontece e identificar quando algo foge à rotina da empresa.
O uso de um sistema para gerenciar os aspectos financeiros ainda permite limitar o acesso e controlar os usuários. Os dados, as informações e os documentos podem ser restritos para que o acesso seja liberado apenas para quem de fato deve trabalhar com esse material.
A tecnologia ainda permite a criação de senhas, autenticações e outras formas de identificação para controlar os usuários que acessam os dados e as informações sensíveis da organização. Até mesmo de pessoas e outras empresas que têm ligação com ela.
Podemos, ainda, estabelecer um sistema de segurança para ampliar a proteção no meio digital. Inclusive, a Inteligência Artificial tem sido utilizada nesse sentido. Os sistemas inteligentes de cibersegurança:
- identificam as ameaças a que a empresa está exposta;
- formam uma barreira de proteção;
- controlam dispositivos e usuários que acessam o sistema;
- monitoram as atividades realizadas;
- identificam quando algo foge ao padrão;
- conseguem barrar atividades suspeitas; e assim por diante.
Dessa forma, podemos proporcionar muito mais segurança, reduzindo o risco de ocorrências de fraude em função da proteção construída ao redor do próprio sistema e dos dados que circulam nele. Isso vai dificultar as ações maliciosas e até mesmo as invasões externas.
Como você viu, a fraude financeira representa um risco significativo para as empresas, mas pode ser prevenida com uma combinação de medidas adequadas. Ao compreender os tipos mais comuns de fraudes financeiras e implementar controles internos eficazes, as organizações protegem os seus ativos, a sua reputação e garantem sustentabilidade a longo prazo.
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