Como fazer um estudo de viabilidade econômica antes de tomar decisões?

Toda empresa que queira crescer precisa inovar e implementar projetos ambiciosos, que tenham como objetivo a criação de produtos e serviços que preencham lacunas de mercado. Contudo, isso não significa que a organização precisa arriscar seus ativos e sua sustentabilidade financeira. Para evitar isso, a organização pode elaborar um estudo de viabilidade econômica.

Esse estudo é uma pesquisa ampla, que não se restringe à análise de receitas futuras. É necessário fazer comparações e levantar dados críticos para tomar decisões mais embasadas.

Por meio deste post, será possível saber um pouco mais sobre seu conceito, objetivos e como colocá-lo em prática. Boa leitura!

O que é um estudo de viabilidade econômica?

Esse estudo permite saber se um determinado projeto pode ser implementado de maneira economicamente viável para a empresa e se ele é a melhor oportunidade de investimento para a empresa naquele momento. Nesse sentido, não basta ter uma boa ideia na cabeça — é necessário adequá-la aos parâmetros financeiros de investimento do negócio.

Além disso, o estudo de viabilidade econômica de projetos é útil para os gestores entenderem quais são as oportunidades com maior chance de gerar receitas. Do mesmo modo, será possível se livrar rapidamente de iniciativas custosas e com possibilidades mínimas de sucesso.

Para que serve esse estudo?

O estudo de viabilidade econômica é executado antes do início efetivo de um projeto. Com isso, os gestores e colaboradores terão uma ideia mais precisa sobre os pontos positivos e falhas.

É importante diferenciar a viabilidade financeira da econômica. Enquanto a primeira se preocupa mais com a lucratividade dos projetos, a segunda tem um caráter mais comparativo.

Nesse contexto, um estudo de viabilidade econômica é empregado para entender se o projeto em questão é melhor em relação a outras oportunidades de negócio que a empresa tem. Muito além da lucratividade, esse trabalho analisa os riscos de cada opção.

Quando fazer esse tipo de estudo?

O ideal é realizar o estudo sempre que a empresa tiver um investimento específico em mente. Mesmo que o retorno pareça positivo, é uma boa ideia compará-lo com outras oportunidades similares para determinar em qual das opções o retorno (financeiro e de imagem) será mais positivo.

É essencial que o estudo seja feito por profissionais com especialização na área financeira e/ou contábil. Uma boa ideia é montar um time de economistas, contadores e administradores, por exemplo, que poderão analisar diversas variáveis e alinhar as conclusões.

Qual a importância do estudo de viabilidade econômica?

O principal ponto positivo é o uso consciente do capital da empresa, conforme o cenário atual e as perspectivas de negócio. Afinal, é muito mais fácil realizar um investimento no calor do momento, apenas porque há dinheiro no caixa: mais difícil é entender as consequências daquele gasto para o futuro do negócio.

O estudo de viabilidade econômica é útil nessas situações, principalmente pelo aspecto comparativo. Ele não mede apenas a projeção de receita, mas as perspectivas globais de sucesso do projeto em relação às oportunidades da empresa.

Como fazer um estudo de viabilidade econômica?

Agora, conheça as etapas para guiar o estudo de viabilidade econômica e financeira na empresa.

Determine os objetivos

O primeiro passo é definir os objetivos e o escopo do seu estudo. É preciso identificar projeto em questão e determina os principais parâmetros e metas a serem considerados durante a análise de viabilidade econômica.

Essa definição dos parâmetros facilitará a comparação com projetos similares, uma vez que os profissionais terão uma boa ideia do que priorizar durante a análise financeira de viabilidade, além dos aspectos econômicos.

Um exemplo: uma empresa está em dúvida sobre desenvolver o seu próprio software de gestão contábil ou contratar uma solução já pronta de terceiros. Com base nos critérios definidos (gastos no longo prazo, modernização dos processos, melhoria nas entregas), será possível escolher a melhor opção.

Colete os dados

Colete informações relevantes sobre cada um dos projetos considerados, como os gastos com investimento, projeção de melhoria nas receitas, nas vendas. Considere o aumento de despesas operacionais e os custos fixos e variáveis.

É importante verificar a fonte das informações. Caso a empresa esteja pesquisando a viabilidade de investimento com base em valores de mercado, por exemplo, é essencial utilizar boas fontes. Sites especializados, bancos de dados públicos e análise de dados feita por profissionais na área são alguns métodos confiáveis para fazer o estudo.

Faça uma análise de mercado

Caso a empresa queira lançar um novo produto ou serviço, é necessário realizar uma análise para avaliar o nível da demanda. É preciso investigar as soluções dos concorrentes, considerar as tendências de mercado e estabelecer o potencial de vendas.

Calcule os custos envolvidos

Os dados coletados nas etapas anteriores viabilizarão uma análise financeira confiável. A partir daí, será possível definir o investimento inicial, os custos mensais da operação e o fluxo de caixa esperado.

Faça uma análise do fluxo de caixa

O fluxo de caixa nada mais é do que o registro de entradas e saídas de dinheiro da empresa. Em um estudo de análise, ele será indicado pelas projeções das receitas e das despesas.

Caso a análise aponte que o projeto gasta mais do que recebe, constantemente, há um indício de que ele não é economicamente viável.

Use métricas financeiras

Uma das métricas financeiras que ajudam a determinar a viabilidade econômica é o ROI, que determina o retorno sobre o investimento e ajuda a entender as datas desse retorno.

Outros indicadores úteis são a margem líquida e a de contribuição, que vão auxiliar o gestor a entender se há uma brecha financeira para realizar um determinado investimento.

Avalie os riscos

Nessa etapa avançada do estudo, a equipe provavelmente já mapeou os pontos negativos e positivos do projeto em questão, além das suas vantagens e desvantagens em relação a outras oportunidades. Dessa forma, o objetivo agora é avaliar se os riscos compensam a execução.

Para isso, é importante identificar os seguintes riscos:

• operacionais — quando a empresa sofre o risco de ter que paralisar ou reduzir suas atividades;
• regulatórios — quando há a possibilidade de descumprir normas de conformidade e leis;
• financeiros — relacionados ao fluxo de caixa;
• de mercado — relacionados à competitividade da empresa.

É necessário reunir os números encontrados na análise de cada um desses riscos e avaliar os impactos no estudo de viabilidade econômica do projeto, assim como elaborar estratégias para mitigá-los.

Prepare relatórios

Registre todas as etapas e informações em relatórios detalhados. Eles devem conter análises das conclusões e recomendações para possíveis ajustes de rota.

Quais os desafios a serem superados?

O principal desafio é conciliar os aspectos técnico, financeiro e econômico, conforme detalhamos a seguir:

• técnico — capacidade de a equipe interna desenvolver o projeto e/ou o estudo de viabilidade econômica. A empresa pode não ter profissionais qualificados o suficiente para fazer as projeções, por exemplo;
• financeiro — levantamento dos gastos, das horas trabalhadas e prazos. É crucial avaliar se a empresa tem o capital para arcar com todos esses desafios;
• econômico — análise do investimento de maneira ampla, realizando comparativos e determinando as receitas no longo prazo e o modo com que o projeto afeta os investidores e stakeholders.

Uma boa ideia é ter um software de gestão para armazenar informações e facilitar a consulta para a equipe ter acesso aos dados sempre que necessário.

Como vimos, o estudo de viabilidade econômica deve passar por etapas que envolvem definição de objetivos, análise de riscos e do fluxo de caixa, além do uso de métricas financeiras, entre outras. Com um time qualificado, boas tecnologias e uma mensuração eficiente da sustentabilidade dos projetos, a empresa melhora o seu controle financeiro, com tomada de decisões mais embasadas.

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